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Mostrando postagens de 2010

Natal de papel

Que tal? Assim... Natal! Em mim! É Festa! Amor! Sou, nesta, Escritor! Rabiscos, Esperanças, Petiscos, Crianças. Bate, sino! Acorda, Noel. Presente, menino De papel. É cedo! É tarde! Sem medo! Alarde! Perdão. Alegria. Canção. Poesia. E em nervo Total, Escrevo O Natal!

Diga Não

Diga não, se não me quer. Diga não! Mas não me deixe, na ilusão, a te querer. Na solidão, a te esperar no amanhecer. Diga não, ó mulher. Diga não! Que eu não me queixe da paixão que vou perder. Nesta prisão que sinto, longe de você.

Prove-me

Não sou o que pensas Não pense que sou Não preciso provar-te E nem a ninguém Acredite Pois tudo que terás é minha palavra E só ela é necessária Exceto, é claro, que me queiras provar

Junção

Dispo-te E és minha Totalmente minha Beijo-te E sinto o teu salivar Que me serve de néctar Lambo-te E saboreio o teu suor Que se mistura com o meu Cheiro-te E aprecio muito o teu perfume, Fazendo-me querer-te mais e mais Olho-te E me enxergo em teu lindo olhar E tua alma e a minha se desejam ardentemente Toco-te E passeio em tua longa linda estrada, Saboreando a sensação que o calor da tua pele me proporciona E com este ritual Que nos une, prazerosos, Nós dois somos um só!

Olhos Negros

Puseste batom nos olhos E os meus assim te beijam Tão distante que te cheiro Com meus olhos no teu breu Teu olhar me fala sério Te escuto, sussurrante Tu me queimas, deslumbrante Me convidas a te querer E penetras-me em essência Com teus olhos cativantes Tão direta como o sol Radiante como a lua É difícil te encarar Sem sentir a emoção De fitar teus olhos negros E, em transe, cobiçar-te Puseste batom nos olhos Mas não posso te beijar Quero tanto o teu olhar Fecho os olhos. Te imagino!

Ausência de vida

O que fazer da vida se ela não me quer? Deixar de vivê-la? Deixar de querê-la? Talvez desistir não seja a solução Talvez porém não haja solução alguma Tenho fôlego, mas me falta ar Tenho sede, mas tem sal no mar Onde sinto tanta vontade de me atirar Mas também sinto muito medo de me afogar Será que esperar é o certo? Ou deveria portanto viver? Estou um pouco desanimado Não sei se consigo mais respirar Tenho braços, mas nadar me cansa Estou vazio, mas ainda tenho esperança Quando viajo por sua lembrança Mas fico sozinho, pois minha mão não te alcança

A última que dorme

Ainda resta Um pouco de calor Um dedo de amor Em meu pobre coração Amar não presta Me causa muita dor Tamanha e com furor Me mata, essa paixão Te amar é festa Me queimo com fervor Te exalto com louvor Me largo em tua mão Estou em sesta Mas durmo com pavor Pois faça-me um favor Me leve para um caixão

Coraticum

Ausenta-me doses Que me leve a tal sorrir, Que me clareie a essência E que me torne alvo Para, de claro, o sentir expor, Confiante estar ao ponto De repelir tal sofrimento Que me sufoca, aprisionado, Para então poder gritar Sem esta corda no pescoço. Ao menos umas gotas Que me fizesse te encarar, Apreciar-te as lindas meninas, Confrontar-me a incerteza, Despir-me assim d'armadura E te abrir então a guarda Para mostrar-me realmente, Sem personas, nem figuras. Tu verias meus desejos, Saberias dos meus medos. Oh, líquido reluzente, Mata-me a sede agora. Livrar-me-ia então desta dor, Gritaria então aos quatro ventos Que assim eu seria tão feliz. Demorara, mas sentira Que, de um gole, a dor passara E agora a voz saíra E, sem chances de voltar, A coragem fez-se viva!

Querido querer

Queria poder te dizer O quanto eu queria poder te dizer Que meu coração pulsa forte ao te ver Que o teu sorriso me faz esquecer Todos meus problemas... todos meus problemas... Queria ficar com você Ah, como eu queria ficar com você Olhar nos teus olhos, desaparecer Beijar tua boca, sentir teu querer Sozinhos apenas... Sozinhos apenas... Queria te dar meu viver Com todas as forças, te dar meu viver Abraçar-te forte e, em ti, me prender Entrar nos teus sonhos e te oferecer Meus nobres poemas... meus nobres poemas...

Querer você

Quero te ter Não só em texto Mas no contexto Do meu querer Quero te ver Te dar um beijo Lamber teu queixo Te dar prazer Quero teu ser Bem do teu jeito Sobre meu peito Adormecer Em meu querer Em meu pretexto Saio do eixo Quero você

Cega-me

Vou-me bloquear a visão Para então não mais te ver Não sentir mais o que sinto Me calar do que hoje minto Me instigar a te dizer! Cobre-me os olhos, ó mão! Não suporto a tensão De te ter e não te ter De enganar o meu instinto De deixá-lo tão extinto Tão a ponto de perder Do meu cego coração

Na mesma moeda

Dou-te assim coração Tanta a emoção Solidão me devora Tarda já nesta hora A ti, me entregar Meu olhar, meu olhar Meu querer precioso E um beijo gostoso Que, em minha memória, Mais valia que a glória De então desejar Teu presente presente Ardiloso e ardente Que me tarda a chegar Esperar, esperar Esconder-me em copas Só porque não me topas Nem me aceitas no jogo Joga os dados no fogo Vem, me tomas em queda Pago em mesma moeda

Irradiando você

Meu corpo está quente Estou delirando Na tua presença Na minha ausência Em teu existir Estou viajando... Confusões em mente Eu te respirando Em minha doença Minha paciência Quero persistir Mas vou me entregando... Aquecido, finalmente Meu ser esquentando Eis minha sentença: Em minha aparência Com o teu sentir Vou te irradiando...

Domínio de mim

Parece que você Olha assim tão diferente, Sem ao menos perceber Sombras minhas no poente, Um sorriso ao te ver, Íris brilham de contente. Dominado por teu ser, O meu eu te faz presente

Lágrimas de desejo

No meu rosto escorre Uma gota de desejo Por querer tanto teu beijo E não poder te provar O teu gosto dorme No fundo do meu bocejo Cada vez que aqui te vejo E fico a te admirar O meu pulso corre Como raios num lampejo Demonstrando meu fraquejo Por teu belo provocar O meu tempo morre E deságuo em teu cortejo Mesmo em lágrimas, velejo Re-sonhando te encontrar

Maldito olhar

Teu olhar me conquista Teu olhar me incita Ao teu ser desejar Teu olhar me excita Teu olhar me levita Faz querer me te amar Teu olhar me agita Teu olhar me evita Me deixando no ar Meu olhar te visita Meu olhar te orbita Fico a te admirar Meu olhar te - sim - fita Meu olhar te - sim - grita Eu me pego a sonhar Meu olhar te recita Meu olhar te invita Minha história a grafar Meu olhar, minha escrita Faz-te achar mais bonita Teu olhar faz maldita Faz-me assim parasita Mata-me e ressuscita Pra me assim escravizar

Sem testes

Não me queiras provar Não me tentes mostrar O que sou para ti O que és para mim Não quero provações Não quero tentações Para dizer quem eu sou Saibas que isso eu já sei Se queres me conhecer Há respostas às perguntas Basta expressá-las Basta emiti-las Não sou bom com testes Não sou bom com provas Mas tenho respostas suficientes Caso queiras me perguntar

Anseios

Pulsa-me core Toque de pele Inala-me vapores Instiga-me quereres Sinto calores Sinto tremores Tenho desejos Tenho vontades Quero carícias Quero delícias Quero apertar-te Sonho te amar Coça-me a boca Arde-me a língua Frios na espinha Voltas ventrais Sem mais suportar Sem mais agüentar Anseio você Anseio te ter

Encovanecer

Hoje, eu quero morrer Não posso viver Com meus pensamentos Hoje, preciso dizer Que vou me esquecer Dos nossos momentos Hoje, não quero saber O que pode ser Os seus fingimentos Hoje, pensar em você Faz-me enaltecer Os meus sofrimentos Hoje, eu vou me esconder Não quero mais ver Os meus batimentos Hoje, eu quero descer Poder renascer Noutros elementos

Anjo Noturno

Vela da noite Clareia minha morte Me leva contigo Me dá teu abrigo Abraça-me forte Me sangra ao açoite Luz de farol Me mostra o caminho Do teu lar escuro Derruba este muro E faz teu vizinho Olhar pro teu sol Estrela de turno Me busca agora Não posso esperar Poder te encontrar Não vejo a hora Meu anjo noturno

Transluzente beleza

Pedra preciosa Ó quão tu és valiosa Tão brilhante quanto o sol Um olhar tão cristalino Voz, suave violino És macia quão lençol Tesouro perdido Faz-me assim ser tão bandido Formosura encantadora Vênus chora tua beleza Rouba das pétalas, pureza Sentir-se pois amadora Suave e serena Faz valer, a vida, à pena Põe desejo em teu altar Eu te quero só pra mim Meu destino é assim Vem. Me deixa te amar

A mais cara

Disfarço meus sentimentos Meu rosto, meu jeito Meu sorriso, meu olhar Para não te perder Me escondo em pensamentos Meu posto... desfeito Preciso... te amar Mas vou me esconder Nego então os momentos Teu gosto, meu peito Indeciso... sonhar Quererei te viver

Lembranças de uma amizade IV

Onde você se esconde? Preciso de seus conselhos Tenho ver-te nos espelhos Mas você não me responde Mostra-te então para mim Não sei mais o que fazer Eu preciso te dizer Que de ti preciso enfim Meu reflexo é só você Mas sozinho isto não basta Minha mente assim tão vasta Não consigo mais te ver Barco solto em grande cais Sou assim, mas eu não quero Pensativo, te espero Imagino-te uma vez mais

Enxurrada vazia

Olho o mundo lá fora Olho fora do mundo Meu mundo fica tão curto Meus olhos tentam viver Sinto o vazio em minh'alma Sinto a esperança voar Estou extinguindo meu ser Estou dissolvendo meu eu Tento estar respirando Tento dançar nesta música Fujo minha fuga apressada Morro minha morte, vazio Inundo meu ser solitário Em minha janela distante Fico a olhar o teu mundo Fico no meu a sonhar.

Sem motivos

Minha face não contrai Minha boca não estica O meu brilho escureceu Meu sorriso se apagou O palhaço tá de férias Tua pena desfiou Nosso gás foi misturado Com alguma anestesia Durmo agora seriamente Mas ainda sinto dor Que me corta o coração Eu não sinto meus sentidos Finjo então estar feliz Mostro os dentes amarelos Olho contra a luz do sol Esperando ter motivos

Delírio ardente

Cegueira intensa Me toma, doença Sintoma: presença Quero te amar À beira, sentença A soma. A crença Me ama, compensa O meu belo olhar Fileira, licença Retoma. Imprensa Meu coma dispensa O teu disputar Bobeira propensa Me doma. Não pensa Com goma, me prensa Me faz devagar Fogueira tão tensa Cama, recompensa Dama, me pertença Por te desejar

Dançando desejos

Não quero mais me afastar dos teus braços Deixar teus abraços se desprenderem de mim Ao teu corpo apertar, damos vários amassos No salão, nossos passos ultrapassam o fim Meu nariz no teu cheiro, tua boca lambida, Minha boca ferida ao em ti encostar Faz-me então suspirar e fitar-te os traços E se abrem os espaços pra dançarmos enfim. Eu e você, sós! Para mim, não há mais ninguém no salão Ouço o som da tua voz por entre as batidas do meu coração Teu pescoço reage ao meu forte inalar Teu suspiro me invade junto ao teu balançar Me perco, tentando alcançar teu sentir Teu agir faz do beijo um desejo gostoso E meu jeito dengoso tenta te invadir Vai driblando teu giro, apertando teu osso, Minha dama, teu moço está entregue a paixão

Sintomas de Cor

Contrai, Aperta Pensando em você O ar me falta Para bombear Acelera bastante E pára, assim Uma mão esmagante A meu peito apertar Um vazio alimento Corrói-me por dentro Afeta o sistema Faz meu corpo parar Teu sorriso, meus olhos Tua voz, audição Minhas juntas tiritam Não consigo pensar Dilacera-me então Dolorosa paixão Mata meu coração Por querer te amar

Sentidos de verdade

Na verdade, na verdade Tudo que se vê é podre Tudo que se fala é lama Tudo que se ouve é lixo A verdade é a utopia Da esperança de estar certo Ver, ouvir, falar Cada qual faz de um jeito Pontos de vistas Verdades relativas Mentiras relativas Dentro da visão alheia Podre, lama, lixo Olho, ouvido, boca Distanciam-nos da verdade Instrumentos do erro humano A verdade está oculta Somos cegos, surdos, mudos

O Poeta das Pedras

Do barro, faço canção Da pedra, faço poesia Mas não posso tirar a dor Que sinto por não poder gritar Ninguém em minha visão Que outrora dicernia Falo às rochas meu amor Faço, aos montes, escutar Minha boca, minha mão Idioma, fantasia Chão de seixos, crio flor Tente então me decifrar Ó rochosa multidão A quem verso todo dia Segue-me aonde for Para não sozinho estar

Desenganado

Querias tu matar O amor que sinto O olhar que olho A esperança que tenho Corta-me então a cabeça Para não mais pensar Para abafar meu desejo Para reprimir meu querer Estava iludido Estava enganado Não quero sonhar Nem mais te viver Mudara meus traços, minha face Pusera-me de joelhos aos seus pés Levanta-me e liberta-me agora Pois quero morrer longe daqui

Fuga de cristal

Fujo do meu destino Para tentar ter o controle de minha vida Recuso-me ser feliz E faço de companheira a solidão Cubro-me de feiuras Pois não quero ser igual aos outros Não quero ser tão certo Proíbo-me viver o fantástico Afasto o amor sincero E me escondo dos raios de sol Crio uma grande depressão E me enterro, negando a vida que me escolheram. Pois é o fim E, no fim, tudo acaba

Remédio do Tempo

Não mais consigo de ti parar de pensar Não mais consigo ficar a te imaginar Em outros braços que não os meus Perder-te de vista, com um adeus Sinto-me agora com maus sentimentos Por tanto querer-te em meus pensamentos E só para mim, desejo-te tanto Mas outros existem para teu encanto Quero parar de te sentir Quero poder te perder Quero parar de me iludir Quero não mais te querer Se então te encaixas ao teu complemento E isto é recíproco para meu tormento Arranco do peito o meu coração Pois, só deste jeito, volver-me-ei são Ainda que agora, insano esteja Pra dor é o tempo melhor que lhe seja A cura me tarda, mas sei que virá Tirar-te de mim é o que o tempo fará.

Pedra-destino

Apedrejarei o meu destino Sempre que longe estiver Dos teus rochosos abraços E do teu precioso olhar Já não mais sou tão menino Pra não ver-te tão mulher Contarei todos teus passos Teu caminho, irei traçar Caminhante, imagino Se tu floras, bem-me-quer E me floro em pedaços Resta meu "te desejar" Apedrejo, pequenino O meu disfarçado ser Apagando os meus traços Sou-me eu no teu estar Preço-te ó ser divino Aprimora-te teu ver Faz-me corda no teu laço Une-nos no teu amar

Preso em teu olhar

Um olhar não se repete Mesmo que este demore Eles nunca são iguais Nunca são do mesmo jeito Guardo a saudade no peito De um olhar que não vem mais Essa dor faz que eu implore A lembranças me remete Teu olhar, em mim, compete Faz com que eu te namore E com desejos demais Meu destino, já aceito Dou-te todo meu respeito E com ele, tu te vais E apesar que em mim more Meu olhar não mais reflete

Sem Competição

Não sou bom competidor. Não entro em uma para perder! Fico de fora, com minha dor, Tentando entender o porquê, De não estar ali lutando, Batalhando para vencer. Fico olhando... desejando... Agoniado, a torcer Para que ninguém te ganhe E eu possa ter você!

Ilusões de ti

Sempre pensando em ti estou Sempre sonhando acordado, vou Freqüentemente, crio fantasias E, desejando-te, crio poesias Posso enxergar tua face Posso sentir o teu cheiro Sonhar com o nosso enlace Chorando, no meu travesseiro Assim, o amor me deixa doente E vivo você aqui em minha mente A minha cabeça emana emoções Mostrando-me aos olhos belas ilusões Sinto o gosto do teu paladar O calor que teu corpo libera me queima Meu pulso pulsa ao te tocar Meu choro lava, laquaceima Viverás, amor, sempre em meus sentidos Pois fui alvejado por vários cupidos Agora, és dona do meu coração És tu quem mandas em minha paixão

Indeciso

Pare com isso. Agora! Mas, por que? Porque você está sofrendo. Não consigo! Consegue sim. Tente! Não sei se quero! Você quer! Quero querer! Queira! Não consigo! Então desista! Não quero! Não posso! Você precisa se decidir! Eu sei... eu sei...

Longa Jornada

Quem se arriscará iniciando a longa jornada? Os caminhos são desconhecidos e estáticos fazem-nos ser. Pedras são a menor preocupação para um viajante desinformado. E uma bússola será preciso durante o percurso. Quem, senão ela, me dirá a direção? Posso apelar aos céus que me digam aonde ir. Sol, Lua, Estrelas... podem apontar-me o caminho. Mas, ainda assim, posso dar um passo em falso. Meus passos são verdadeiros. Sejam eles quais forem. Vontade tenho eu de pisar. Mas a estrada pode não me querer como viajante.

Melodia amor

Te tocar! E acordar uma canção! Te dedilhar o coração! Pra nunca mais pestanejar! Harmonizar! No balanço do seu tempo! Cada passo, um momento! Sem ruído, te cantar! Em teu seio, ouço o som. Uma nota, sempre à frente, Palpitando, noite e dia. Nosso beijo, num só tom. E, num ritmo bem quente, Se compõe a melodia.

Brisa Leve

Estavas parada em cima de mim Tangi-te para longe daqui Hoje, sinto-me só Tuas asas em minhas pétalas acalmavam-me Espero hoje tua volta. Pois, sem ti, já não mais posso dormir A esperar-te fico aqui Sonhando com o que deixei Pois outrora não te desejei E assim, deixei-te partir

Pureza

Amar e ir amando Sentimento puro e cheio de pureza De repleta beleza é o amor Sonhar e amar O amor está em cada um de nós Basta-nos transmiti-lo ao próximo Um brilho no olhar Uma criança nasceu Vida nova aos seres vivos Hoje um sorriso me fez feliz Um simples gesto mudou-me a vida Poucas montanhas conseguem ser movidas Mas, quando se movem, não fazem isto sozinhas Hoje nasceu uma criança Com cara de vida nova Para dar esperanças ao povo da Terra.

Ambiente, meio de viver

Meu mundo. Minha casa. Limpo. Varro. Jogo o lixo fora. Cuido para que esteja bonita. Não deixo que a destruam. Preservo-a, pois é o lugar onde moro. Cada canto é meu canto. Vivemos todos neste meio. E qual será o meio de vivermos nele? É necessário ter consciência de que este é o nosso lar. Temos que escrever novos mandamentos: Não poluir. Não desperdiçar. O mundo nosso é. E dos nossos, também será.

Despedidas

Aos conhecidos, adeus. Aos chegados, tchau. Aos colegas, até logo. Aos amigos, sentirei saudades. Aos amores, levar-los-ei em meu coração.

Cesta

Dormi dentro de um cesto Ronquei durante um dia inteiro Acordei numa sexta-feira Decidi ir embora para Feira Pela sexta vez, dormi Joguei a bola na cesta Voltei a tirar uma sesta Segunda foi dia seis Segunda semana do mês Não estou mais aqui. Sou o sexto cesto em sesta dentro da cesta

Eu Poeta

Gosto de escrever poesias. Nelas eu posso contar Tudo que sinto, que vejo Sem ninguém me recriminar. Escrevo o que sinto na hora. Mesmo entrando em conflito Com o meu eu não-poeta. Mesmo estando aflito. Nas poesias, crio mundos Onde controlo o que rabisco. Tudo o que preciso são de palavras Que escapem sem nenhum risco. Um dia mostro meu Eu Poeta E o mundo aplaudir-me-á. Enquanto isso, rabisco Prá o meu sentir liberar.

Ser caderno

Ser caderno não é bom Porque vivem me riscando, Rasgando parte de mim. E ninguém vem me amando. Eu chego das escolas E me jogam nas estantes Mas tem gente que em mim Guarda coisas importantes Em mim, escrevem segredos Que eu não posso contar Mas, quando me jogam fora, Eu me rasgo de chorar. Mas tem vezes que eu gosto. Acho que é bom ser caderno Pois milhões de estudantes Têm por mim amor eterno

Ser grato

O que é ser grato? Sentir-se por si obrigado! Não tem importância o porquê. Todos temos que agradecer. Se alguém te faz um bem, Devemos portanto ser gratos. Com uma que vale por cem. A palavra obrigado. Gratidão não se explica. Agradecer é sorrir. Faça o bem para alguém Que esta palavra deverás ouvir. Sempre agradeçam por tudo. Agradeçam sempre aos seus. Mas jamais se esqueça De ser grato ao nosso Deus.

Por si só

Na minha mente, Você fica diferente Do que realmente é. Jeito de menina. Mente de mulher. Olhar que fascina, Que sabe o que quer. Palavras que escuto Das tuas palavras E deixam-me mudo, Me mostram um mundo Um tanto imundo. Me pôem de luto. Me jogam às traças. Suponho você. Mas não me supôe. Conheces a ti. Enganas a mim. Modelas teu ser E tapas meu ver. No seu iludir, Imagens me pôe. Já és grande, minha pequena. Idéias maduras. Face serena. Agora te vejo de olhos abertos. Outrora, ingênuos. Agora, espertos. Em minha cabeça, desata-se um nó. Não és por ninguém. Tu és por si só.

Rubras nádegas

Tenho saudades De uma terra longínqua Que, em festa junina, Passeara por lá Tenho vontades De tão belas meninas De sair da rotina De poder viajar Pedras no chão A cidade enrubescida Tuas subidas e decidas Caminhei ao alvorar É São João Sonolência ensurdecida Já ganhei mais sete vidas Volto tarde a descansar Boca rachada Por suave aspereza Carne assada, farta mesa Numa roda a prosear Perna inchada Abalada por baileza Rodeada por beleza Tenta se recuperar

Mudança de face

Desfigurado, Espero os candidatos eleitos. Doadores anônimos e cheios de graça. É tão difícil decidir dentre bermudas, ternos e gravatas. O quê de quem eu quero? Medos e influências agem sobre mim. E assim, monto o meu mosaico. Jogo de quebrar a cabeça. Finalmente, está traçado o meu próprio caminho. E agora, não tem mais volta.

Lembranças de uma amizade III

O que fazes-me em mente Que imago coisas tantas? Lembranças vêm tão repente Que minh'alma tu encantas Solitário, não me sinto Mas torno-me confuso Apesar deste que minto Sentimentos me induzo Troco-me com a verdade Sem saber o que é certo Logo, fico na saudade Tu és longe, porém perto Sede, tu és a vontade Quando sou-me no deserto

Mesa farta

Sentados na mesa, nos despedimos Do que se passou e aguardamos o que virá. Ansiosos, esperamos. E felizes prometemos mudar o curso do futuro. Em volta da mesa, comemos e bebemos. Partimos nossas vidas e partilhamos. Espumas borbulham em nossos corações, Mostrando que a vida é muito curta, mas, mesmo assim, temos bastante tempo para curtir. Curtimos a vida em volta de mesas e, em cada mesa, temos momentos diferentes. Alegrias e tristezas tão simples e particulares. Mas sempre percebemos que todos são cada um e que cada um, juntos, formamos todos, pois a mesa é grande e nela tem vários lugares. Abrir o coração e dar espaço para o que é bom acontecer é o que devemos fazer. Vamos viver em mesa farta. E abraçar o que virá. Pois esperar podemos, mas agir é o que devemos.

Só pra mim

Quero uma mulher só pra mim Tê-la do inicio ao fim Não precisa ser tão bela Mas fique linda à luz de vela Não precisa ter nome ou dinheiro Mas seja minha o tempo inteiro Não precisa ser dona do lar Mas que me ame e que deixe-se amar Quero tanto, mas somente assim Quero uma mulher só para mim

Entre galhos

Entre galhos Vou me escondendo Amadurecendo Com vergonha estou Abre espaço para mim Neste escuro sem fim Meu tronco emerge Fruto verde agora sou Mas, no alto, estarei Daí, libertar-me-ei Para, no topo do mundo, Poder brilhar

Em teu lugar

Te procuro num lugar Onde você não está Não te encontro, portanto Mas não canso de tentar Imagino o dia Em que vou te encontrar Nesta sala vazia Onde insisto estar Sempre, a te procurar Sentado, a te esperar Parado, a imaginar

Conquista

Vem, me conquista com teu belo ser. Pois já te vejo linda aqui de cima. Tua beleza, alegria faz nascer. Tuas curvas, com fascínio, me aproxima. Mesmo longe, te habitam, carinhosos. Encurta-me então o espaço entre ti. Assim, arranco-te olhares desejosos. Tua vitória tem um brilho vivo aqui. Vejo agora tuas belas meninas. Verdes olhos. Tranquilo viajo em teu interior. Mesmo trêmulo por teu gélido clima, Teus momentos, guardarei com muito amor.

O iluminado

Acende uma luz, apaga uma vela. A vida gira em tordo dela. Clareia nossa janela Como o brilho de uma tela Que, com beleza, apela Assim como o artista dela Que apaga uma luz e acende uma vela

Fantasia estelar

Bola de prata, Que flutua no mar estrelado, No escuro vazio do espaço E, tão bela, se mostra pra nós, Que, à noite, fincamos olhares E vagamos por todos os mares À procura do brilho estelar, Que roubaste com tal cortesia E puseste como fantasia, Tu és linda, estrela lunar.

Adeus sol!

Por que insistes em me perseguir? Estava tão bem até você chegar. Não gosto quando você aparece E me deixa num estado Que só me falta chorar. Sei que - às vezes - te chamo, Que preciso de você, Mas, quando estou contigo, Fico triste, pois, Você só me traz angústia. Quando estás perto de mim, Penso em bobagens, Que d'água enchem-me os olhos. Não gosto de chorar, Às vezes é bom, mas, Não gosto. Por mais que eu tente te fugir, Você me aparece de surpresa. Estou tentando..., mas, És mais forte que eu. Afasta-te, afasta-te, Por favor, deixe-me em paz. Não preciso mais de você. Não me procure nunca mais, Pois, não quero mais ficar... Sozinho.

Vício de viver

Oi, sou viciado. E hoje é mais um dia que não consigo largá-la. Sempre toma conta de mim. Desde muito tempo. Já nem sei quanto. Nem mais lembro da primeira vez. Não consigo parar. A todo momento, Em qualquer lugar que eu vá. Já pensei em suicídio. Sempre caio em tentação. Ela me faz tão bem. Não consigo largá-la. Por isso, hoje vim comunicar que não mais virei às reuniões. Decidi continuar com este vício. Pois, mesmo sendo uma droga, É a única coisa que tenho.

Sereia

Curvas que me encantam E que me fazem sentir Uma forte sensação, Mas é forte tão Que só me falta explodir. Fico logo empolgado E numa agitação só. Que mulher é essa Que passa por mim E me deixa assim Com a garganta dando nó? Tua pele é tão quente Que parece que me queima. Quando te toco, Fico louco. A cabeça manda Mas o corpo teima. E fico querendo te abraçar E chegar mais perto Mas espero aqui, Junto de ti, Somente esperando Chegar o momento certo. Olhando teu corpo De cima a baixo, me encanto Com tamanha gostosura. Meu coração pula, Pula tanto Que me espanto. Encosta teu rosto no meu E me abraça bem forte. Assim, posso acreditar Em tudo que me falar, Pois sou um cara de sorte.

Luz de barriga

Nada fica depois de uma briga Que destrói, que corrói. Mas, somente a semente Que é deixada na barriga Nos deixa nus E nos enche de luz. Esquece-te as mágoas. Supera as injúrias. E espera os enjôos Que traz o presente Direto pro futuro Os dias de fúrias já se passaram. Abre os olhos e chora. E mama. Nos braços, aquecido Não sinto-me esquecido. E o choro de felicidade Que supera e espera Limpa o passado... Limpa o passado. Amor, filho amado. Amor repartido, coração dilacerado. Não há lágrimas que não limpe O que suja e encarde o peito Pode até ir-se o respeito Que retorna-nos o iluminado.

Toque de recolher

Trombeta soou. Já é hora de dormir. Os fogos vão começar. Os olhos que se fecham, já se abençoou. É hora de partir. Não é hora de chorar. O jogo começa. Duelo de xadrez. Não há vencedor. Tapete vermelho, por onde a noite atravessa. Onde perde-se a vez. Onde ganha-se a dor. O luto invade. Mas a luta não acaba. Os reis estão de pé. As luzes acesas em toda a cidade E o silêncio que vaga dão espaço para a fé.

Estranho presente

Tantos planos e poucas são Atitudes já me faltam O futuro que importa À vida peço presente Pois presente, não sou E neste tempo, não estou Hoje, nunca me conheço Esperando a esperança Minha essência que se foi Volta agora, na lembrança

Cedilhando a vida

Segurei a minha vida Para ela cedilhar. Pois, às vezes, sem saída, Uma solução não há. Resolvi dar a partida E assim simplificar Meus assuntos e a lida Com os problemas do meu lar. Ajustando minha escrita Vou voltando a funcionar, Segurando minha vida Para ela cedilhar.

Ingrata!

Não mais me surpreende com teu brilho, Não mais se veste para mim, Meus olhos já não mais te buscam, Tua face já não é mais como antes. Espelhava-me em teus olhos. Degustava teu sorriso. Hoje já não mais te vejo. Se esconde. Fecha os olhos para mim. A canção do meu bocejo não te agrada. Já cegou-me por não ter o que mais ver. Hoje a vejo mais distante, mais distante. Me espelha, alucina-me uma vez mais.

Fim de jogo

Faço meus caminhos Tortuosos, porém meus Estradas confusas existem Mas sigo em frente E viro à direita Do lugar onde quero estar Tomo minhas decisões Que pouco minhas são Não quero ainda fim de jogo Pois este mal começou

Tom de voz

Nada como um tom vocal Que sai de uma linda boca. Duma, que num local Consigo fazê-la louca. Ruim é o tom agressivo Que acerta dentro do peito E, que sendo tão massivo, Nos transporta para o leito. Tom doce, amargo, azedo Nos diz o sentimento Ou nos coloca medo Que se sente no momento. Cifrar e decifrar Sentimento bom ou mal Não consegue escapar Do som de um tom vocal.

Voltando à vida

Sobrevivi ao impacto. Como dizem: Vaso ruim não quebra. Histórias soaram por longe. Mentiras são muitas. Bala no peito. Coração perfurado. Sem sangue algum Saquei de repente Mas já não era o mesmo. Ninguém é o mesmo. Nunca. Apesar da faca em minhas costas. Perdoava, eu acho. Já sou acostumado a morrer. Morro para isso. Os olhos dela são lindos. E me olham no túmulo. Mas sobrevivi Em outra morte eu tento acertar.

Somente Explicações

O vento bate no meu rosto, Estou livre, porém preso Muita coisa ocorre Tão depressa que nem sei Fico pensando Quieto no meu canto Fingindo viver Acreditar Isto é fundamental. Mas não basta Explicações Somente explicações.

Sei lá

Sou muito feliz. Quem sou? Sei lá! Porque tenho amigos. Por que estou? Sei lá! Todos que me ajudam quando preciso. Quem são? Sei lá! E que sempre têm uma palavra de consolo. Como? Sei lá! O que é ser feliz?

Monodesespero

Solidão me aperta o peito Angústia dentro de mim Que não procuro dar um jeito Pra não estar sofrendo assim. Não faço nada direito Respondendo sempre sim. Devo ter algum defeito Eu não sei pra que eu vim. Já não tenho respeito Nem valor, enfim, Tanto preconceito... Vou para um jardim Deitar-me num leito E esperar o fim.

Luz, dá minha vida!

Numa noite escura, A escuridão toma conta de mim. Um brilho num olhar clareia-me de longe. Bem de longe. Só um ponto de luz. No fim de um buraco negro. Luz, ó luz, clareia-me de perto, que certo disto estou tão certo, que não mais consigo pensar. Ai de mim se o espaço pudesse curvar, para os dos pontos juntar e perto de ti estar. Lua, clareia! Que um dia eu te encontro e me encontro ao encontrar-te. E verei, e me verei, e todos me verão, pois tua luz tudo é. Tudo faz-nos ver. E eu estarei em ti e tu em mim. Seremos luz, pois iluminado serei. E tua pureza me fará puro. E tua beleza me fará belo. Hoje, pouco consigo te ver Quase que nada vejo Só o bocejo de minha boca me faz pensar. Às vezes o bocejo me faz sonhar. E sonho que estou acordado e que não te vejo, e que estou sozinho e que a escuridão é plena. Mas, quando acordo desejo não bocejar, quero-te aqui, mesmo que de lá, mesmo que sem sorrir, mesmo que a chorar... Enquanto não vens, finjo viver. Sem luz, sem v

Verdades e Verdades

Quero dormir Pra não ver tanta mentira. Quero fugir Pra sair da sua mira Pois assim não me atira E não posso assistir. Vivo a pedir Que um dia o jogo vira. Não existir Nem um pouco da sua ira, Nem um pedaço de tira Que me possa invadir. Poder partir Como um dia já saíra. E sem mentir Revelar que o mundo gira E a verdade que partira Ninguém pode decidir.

Para se ter sucesso

Cebola, batata, chuchu. Tomate, pimentão verde. Abóbora, cenoura e beterraba. Bater três ovos. Colocar as verduras e mais: Agrião, açúcar(um copo), Sal a gosto. Farinha de trigo, fermento, leite. Hortelã, cominho, salsinha. Milho verde, ervilha. Não esquecer as castanhas. Por também água para completar. Junte tudo numa vasilha untada. Pega um livro e vai estudar.

Olhos nos olhos

Olho teu olho Vejo tua alma. Mentiras, verdades, Segredos secretos. Basta um olhar. Basta molhar Lágrimas doces Por ter me espelhado, Por ter me espalhado Dentro de ti. Hoje te vi. Do jeito que és. Dentro do olhar Onde te escondes, Onde me escondes, Onde todos nos escondemos.

Sonho à luz de vela

Quero olhar pela janela. Poder ver o futuro nela. Andar numa passarela, Procurando Cinderela Que me acenda uma vela Com uma luz que me revela O futuro da janela, Pegadas na passarela, A luz do sorriso dela. E nunca mais acordar.

Dono da minha terra

Minha terra não tem terra Pra plantar e pra morar E o povo luta tanto Que até morre de tentar. Minha terra é muito grande Que de lá, não encontro eu cá. Só que os donos desta terra Não sabem compartilhar. Minha terra não é minha Nem do povo que aqui está. Quem é dono desta terra Vem aqui só visitar. Vem ver se minha terra Continua a prosperar, Conferindo se os lucros Podem ainda aumentar. Nosso povo, nossa gente Ta cansada de agüentar. Minha terra não é minha, Mas um dia ela será.

O que o mundo ensina

Tudo é o contrário do que se espera encontrar. A verdade vive para fortalecer a mentira. O que aprendi outrora, já esqueço. Muita coisa mudou desde então. Vejo a verdade na mentira. Inocência é uma mulher Que sabe mentir dizendo a verdade E que nunca mente. Hoje aprendo a esquecer. Ó mundo cruel, por que me torturas? Já não sei contar. E, por isso, já perdi as contas. O jeito é aprender!!!

Flor à vista

Num dia chuvoso, você aparece E assim, aquece o meu coração. De minhas lembranças você não esquece Por isso merece a minha paixão. Molhada, sorrindo, querendo carona, Com cara de anjo você se aproxima O meu coração então se apaixona Por nunca ter visto tão bela menina. Aquela voz meiga parou-me a pressa E ao esperar-te, virei-me pra ti, Que se aproxima tão logo, depressa, Pois muito atrasada estava ali. Descemos escadas debaixo de chuva Com o meu amigo a nos proteger Assim como uma mão coberta por luva Vamos conversando e sem perceber. Sei bem o seu nome, um favo de mel E fico feliz por ter te encontrado. Tu és um presente que veio do céu E linda caiu aqui do meu lado.

O Rei de Roma

Meu beijo mata. Corpos pelo chão. Caiam aos meus pés, Subam pelo meu corpo E entrem no meu coração. Nem raiva nem rancor. Afasta-te, Pois meu beijo salva. Minha coroa sangra Com o sangue do meu coração. Onde está quem não me quer? Pois é esta quem eu quero. O meu beijo fere, Porém lava as feridas. Não te escondas do meu brilho Que nasce na alvorada. Vem e beijas o meu beijo. Meu poder é teu também. O meu reino é você. O meu beijo quer te ter.

Sonhos e fantasias

Minha amada, Onde tu estás? Tenho sede de teus beijos. Tenho fome do teu corpo. Por tuas curvas sonho estar. Em tua alma sonho entrar. E em teu coração morar. Minha amada, Se estiveres me ouvindo, Aparece e me beija. E me deixa desejar-te Não mais me deixar. Amada, minha amada, Sonho-te sonhar comigo, Tendo seu corpo como abrigo Prá poder me esquentar, Aquecer minha paixão, Me tirar da solidão E minha vida enfeitar.

Uivando para a Lua

É única em minha terra. Redonda como uma esfera. E brilha que nem só. Me acompanha a noite inteira. Clareia os meus sonhos E, às vezes, me faz chorar. Não há este quem não goste. Atrai para si o mar. E o canto noturno dos lobos. Não me canso de te escrever, Nem assim posso te descrever. Tu és o presente do céu, Prateada lua de mel.

O presidente do mundo

Faça isto, Respire isto, Mexa nisto, Mas não nisto! Fique longe disto. Pode falar agora! Mas calado. Estou com dor de cabeça. E nada de rebeldia. Sou eu quem manda aqui! Se esqueceu do que me deves? Sorria! Mas sem mostrar os dentes. Só quem brilha aqui sou eu! Morra isto! Viva isto! Ei, eu ouvi isto!

Calados para sempre

Mais um dia, Vivendo na hipocrisia, Fazendo o que não podia, Só prá ter mais alegria. Num mundo de fantasia, A vida se iludia, Pois tudo o que fazia A deixava mais vazia. E os jornais que sempre lia Contavam o que não se via, Criando uma moradia Do jeito que se queria. Agindo como uma vadia Que aos poucos se vendia E bem menos recebia Pela vida que vivia. Fazendo o que se pedia, Os culpados, assistia. Mesmo estando com azia, Calado permanecia. E em toda essa agonia, Interesses defendia, Pois gostava da poesia Do que se oferecia Várias coisas que sabia, Enganava, escondia, Com um pouco de magia, Criava uma utopia. E vivendo em covardia Não falava, não agia. A vontade me batia E mesmo assim não conseguia.

No chão

Passei por cima do passeio. Passos presos ao passado, Passeava paciente. Sapato sujo e sem sola. Sopa de cimento, Pássaro sem asas, Amarelo e branco, Sem azul e sem verde. Assim sou. Tropecei e saí.

Contudo, estou feliz

Hoje eu estou feliz. Feliz por estar vivo. Vivo de esperanças. Esperanças de um mundo melhor. Melhor para as pessoas. Pessoas que amem as outras. Outras culturas e raças. Raças distintas e iguais. Iguais por sermos irmãos. Irmãos de pai e de mãe. Mãe natureza. Natureza que destruímos. Destruímos nossa casa. Casa sem porta e janela. Janela aberta para o futuro. Futuro que não temos. Temos que esperar. Esperar o que vai acontecer. Acontecer com todos nós. Nós que somos os culpados. Culpados por tudo. Tudo de errado. Errado porque queremos. Queremos viver em paz. Paz na Terra aos homens. Homens que matam e morrem. Morrem de dor e de amor. Amor no rosto das crianças. Crianças que brincam nas ruas. Ruas sujas e perigosas. Perigosas pela violência. Violência que fere a esperança. Esperança de estar vivo. Vivo estou hoje. Hoje, eu estou feliz.

A nova árvore

Parece que eu estou mudando. As coisas ao meu redor estão diferentes. Meus olhos vêem mais do que antes. O mundo cresceu. Vejo agora que não estou só. Na verdade nunca estive. Sinto-me como se alguém tivesse acendido a luz. E que tudo está claro. Quase tudo. Estou mudando. Mudando de vida, Ou mudando a vida, Ou a vida está me mudando.

Visões

E apesar do escuro, Continuo fingindo enxergar. Muitos abriram-me os olhos. Mas cego sou. Todos somos. Só enxergamos o que queremos. E apesar do escuro, Continuo fingindo enxergar.

Para a vida

De repente tudo parou. Eu e o mundo estáticos. Meus pensamentos moviam-se mais rápido que a luz. Minha cabeça aquecia meu corpo, que, ainda parado, ignorava as suas ordens. Voltando à normalidade, eu já não mais era normal. Nunca fui, nem por mim, nem pelos outros, mas sempre quis, ou não. Para mim, ainda parado tudo está. Nada move-se dentro de mim. E para acabar amanhã, A vida começa agora.

Sou a pedra do Caminho

Novamente, rodeado pelo nada, Esperando a vida acontecer, Me deparo com uma pedra na estrada E me sento para a pedra conhecer. Solitária, fria, desamparada, Esquecida, sem ninguém a perceber. Pelo vento e pelo sol está marcada. Suas marcas, não consegue esconder. Por pneus e sapatos, amassada E nenhuma alma viva a defender, Se conforma por ter sido abandonada E recolhe-se ao seu desprezível ser. Sou também uma pedra nesta estrada E como tal também decidi viver. Mas agora, percebi que este nada Não é nada ao que devo merecer.

Saquei

Saquei e fui-me ensacando. Que saco é ficar só. Foi quase que casei. Assim que o sol saiu, Sabiamente sumi. É isso que me deixa triste. Quiçá eu ser assim Como um Czar. Tomar um Whisky e esquecer Que o sol sai para eu sair. Sai que nem sinto mais. E zac!, reaparece. Is a key of the world. Eis aqui o que ele traz. Voltei, pois agora saquei. Que sou aquilo que sempre quis E assim, posso ser feliz.

Pronde achar

Partir? Prá onde? Não há lugar preu ir. No mínimo, dar um rolé. Viajar dentro de mim mesmo. Não há resolução. Não há o que resolver. A vida resolve. E me resolve em mim. Onde estou? Não sei. Aonde quero ir? E isso importa? Quando resolvi me ouvir? Não há pronde ir! Prá que ir? O que eu quero está aqui! Basta estender o braço. Só falta achar... ... o que quero, ou ... ... o braço. Pois as pernas querem ir. Pronde, não sei! Nem como. Nem o que vão fazer. Quando achar algo, resolvo. Se, eu quero; ou não!

Porque sou assim

Sou assim. Este é o meu jeito. Não vou mudar. Não por causa disso. Sou assim. Não que queira ser, Mas, porque preciso. Preciso ser assim. É isto que me faz viver. Vivo prá ser assim.

Você em meus Pensamentos

Se tem uma coisa que nunca conseguirás É ficar longe de mim, Pois, por mais distante que estejas, Por mais que quilômetros e quilômetros nos separem, Basta somente que eu feche os olhos Para que esteja tão perto quanto eu de mim mesmo, Pois, quanto fizer isto, Estarás dentro de mim.

Longa curta despedida

Até logo, não adeus. Despedindo, vou-me à ida Dos amigos que são meus E custando-me a partida. Já são horas, já é tempo, Mas demoro-me a partir. Arrumando um contratempo, Fico sem mais querer ir. Olhos d'água, boca pura, Coração batendo forte. Doença que não se cura Que quase me leva à morte. Os assuntos já me falham Mas eu os puxo mesmo assim Minhas pernas se atrapalham Para não querer o fim. E sem ter o que falar, E com as gotas já caindo, Sou levado a soluçar. Minha face vai mentindo. Despedidas, não as quero. Por que tem que ser assim? Aproximo-me e espero. Os olhares vêm em mim. Eu não posso explicar O que estou sentindo agora. É que por deles gostar Ache que não seja a hora. É por isso que não parto Nem os deixo ir também Pois posso ter um infarto E partir para o além. Sou um pouco exagerado Mas me sinto desse jeito Como se fosse amarrado Com uma espada contra o peito. Resolvi não ir embora E enfrentar todos perigos Pois ainda nã

Desenigmar

Fica fácil de ver Quando não tenta, Sente que já é. Se não, tenha fé. Quem que não lamenta De não, pois, saber? Primeiro vem entender. Sugestão? Experimenta. Vê se dá pé. Sê como Tomé. Não deu? Inventa. Importante é responder.

Lembranças de uma amizade II

Lembro-me muito de ti Mesmo sem te conhecer Pois, sem ti, eu aprendi A querer, poder, viver. Não encontro-te aqui Mas quero muito te ver, Pois, há muito, te perdi Aqui dentro do meu ser. Aquilo que não vivi Valeu para eu saber Que não posso desistir Pois viver é aprender.

Desencontros passados

Espero te encontrar Prá vivermos uma história E te vejo, ao esperar, Guardada em minha memória. Quanto tempo nós passamos Sem saber o que fazer. Quando eu tinha muitos planos E insistia em esconder. Nada mais me resta agora Só lembranças do passado Em que eu perdi a hora Por não ter te encontrado.

Somente Olhos e Olhares

Somente olhos e olhares; Nenhuma palavra, Nem uma fala; Nenhum movimento, Nem um gesto; Corpos estáteis. Músculos trêmulos. Taquicardia. Vontades, Palpitações, Esperança, Medo. Nenhum movimento. Nenhuma palavra. Somente olhos e olhares.

Espelho de Narciso

Ó ser que nas alturas vive E que beleza tem devido a outro ser, Tão enchida estás hoje Que, sem perceber, reparo. Toca o mar, hoje, meus pés. Olho do céu, Que me olha sem me olhar, Bela fez-se para mim. Inspirou-me nestes versos. Devo isto a você E nós dois, ao outro ser.

O bando das andorinhas (saudades)

Voaram as andorinhas Para bem longe daqui. E reinaram os gatos pretos Que os ratos brancos comiam. Ficaram saudades minhas. No tempo, me diverti, Relembrando meus defeitos Que as aves assistiam. Ó bando, tu me tinhas. Mas com o tempo eu parti, Defendendo seus direitos Que antes não existiam. Mas espero, avezinhas, Que retornem um dia aqui Prá mostrar-me seus conceitos Como um dia já se viam.

Por tão seguro ser

Branco, velho e puro. Guarda-me em sua frente. Nunca deixa passar gente. E faz-me ser seguro. Duro, belo e forte. Nos protege aqui dentro. Com as chaves, abro e entro. E entrando tenho sorte. Alto, largo e lindo. Não sou mais um fácil alvo. Dentro dele estou salvo. Prá tranqüilo ir dormindo.

A quem sabe se é noite

De olhos fechados estarei. E os que me olharem não mais verão. Estará escuro o dia. A noite não saberei mais. Quem souber lembre-se de mim. Mas não molhe minha cama. Nem a enfeite. Pois não a posso enxergar. Não faça por mim chover. A chuva, não mais a sinto. Pois não mais sei se é noite. E escuro está o dia.

Alguém pensa em mim

Linda és tu que tens a graça de me fazer ter graça. Intocável és, pois não o fiz. Quanto tempo meus óculos foram fracos. E ainda são um pouco. Mas, revelam-me os meus ouvidos Que tua voz me faz ver. Estás longe quando estás mais perto. E mais perto quando mais longe. Ouve-me e diz que me ouvindo estás. Para que possa ouvir falares de mim. Pois, se antes estivesse, estaria agora.

Poesias minhas

Meu mundo, meu universo, Onde posso controlar Imagens que viram verso E se tornam o meu lar. Destino já não existe. Controlo tudo o que quero. Se alegre ou se triste, Nas palavras, sou sincero. Eu as choro e as sinto E me fazem enxergar O que não consigo ver. Por isso que não as minto, Porque elas são meu par E com elas vou viver.

Solitária prisão

Sozinho, nada sou. Vivo querendo ser alguém. Buscando o que restou De algo que não vem. Me consolo, me lamento, Procurando entender O porque desse tormento Que insiste em me prender. Estou preso nesta cela E, as chaves, não as tenho. Mas, querendo fugir dela, Me esforço, me empenho. E me canso de tentar. E espero amanhecer. E me torno a consolar Para as forças não perder. Sei que alguém serei um dia, Quando puder me soltar, Me livrar dessa agonia Que me impede respirar.

O Fotodesperta

O círculo dourado fez-me abrir os olhos. Seu brilho era tão que minhas vistas ofuscava. Tudo mais uma vez. E guiava o tempo; e o tempo o guiava. E nos guiam, os dois. Tudo de ti depende. Sua luz controla tudo o que respira. Só tenho algum tempo para ver-te novamente. Corro contra ti, para estar a favor de ti. Tirou meu sono. Apaga a luz Não. Apaga não. De escuro medo tenho eu. Que de escuro vive a luz. Vivo de ti para não a minha apagar. Estou sem sono. Bocejo-te, pois, talvez não mais hoje te veja. E viverei pensando em vê-lo. E em vê-la. Mas, desperta-me lentamente. Estou com sono, mas, Não vou dormir. Não demora.

Monologando sozinho!

Tive uma conversa comigo E disse-me coisas que não podia acreditar Ouvi a verdade, minha, no fundo de mim mesmo Ao som da noite, chorei. E minhas lágrimas revelavam meus sentimentos. O que o mundo nos obriga fazer. Estou só. Eu e eu. E nós dois temos uma conversa. E me digo coisas que nem mesmo eu acredito. E choro, na ponta de um lápis. Lápis tão pequeno como eu. Eu e eu e o lápis. Três. E assim tenho um triálogo. Chegarei, em breve, a uma conclusão: Findar esta conversa.

Imagem na Ação

Ao meu redor, ninguém aparece E surpreende-me com sua companhia. Lembrou-se de mim. Sorte tenho eu de ter imaginação. Nem imagem, nem ação. Fico eu e ninguém ao meu redor. Sei que minhas imagens e ações estão. Não aqui. Nem agora. Mas, imagino-os onde e quando quiser E ninguém faz-me poder fazer. Sem ninguém, nada sou. Não sou imagem, nem ação.

Pesadelos meus

Vivo vida de medo. Medo de mim. Medo de ti. Medo do que há entre mim e ti. Entre portas e pílulas meu medo está. Tenho medo de ter. Tenho também de não ter. Sou o medo e o medo me é. De escuro e de claro, De sim e de não, Talvez. Tenho medo de viver.

Dois metros e meio

A maior distância é a de dois metros e meio. Já alcancei. Mas superar é difícil, pois não depende só dos meus pés. Se dependesse, seriam quatro. Mas a metade que falta pode não saber que quero superar. E assim, não me ajuda, por não saber, ou não querer. Posso estar tão perto, mas, por isso, tão longe. Se, muitas vezes não enxergamos um centímetro à nossa frente, Imagine a dois metros e meio, onde cabe o infinito.

O que restou de mim

Resumem-me em nada. Resumo-me em algo, que não sei o que. Confundem-me em algo, sabem o que. Eu não. Confundo-me comigo mesmo e com o vazio que há em mim. Apesar de ser eu, não sou. Confundem-me e resumem-me. Por isso faço de mim o que sou. Não que façam-me isto. Mas fazem com que faça.

Olhos d'alma

Quando olhamos, vemos e não vemos. A parte que enxergamos não é a real. Parece. Mas não é. O que é, é aquilo invisível aos nossos olhos. Tente enxergar o que você não consegue. Olhe com os verdadeiros. Os d'alma. Enxergarás e não acreditarás. Pare, ou não; e pense, ou não. Mas veja. Lembre-se: nem toda visão consegue ser vista!

Pergunta para a resposta

Por que tenho que passar por isso? Ninguém responde a essa pergunta. Ou esta foi mal formulada, Ou aquela é óbvia. Não tenho mais tempo para pensar na resposta. Mas insisto, fazendo a mesma pergunta. Quando isso vai terminar? Será que é isso mesmo que quero? Terminar ou não? Já sei contar. Não sei para quê, mas já sei. Voltando, tentando responder, pergunto. E vão se acumulando mais e mais. E entupo-me de perguntas e, de respostas, Nada tenho a dizer. Só perguntar "por que?".

A marca do gosto

Disse-te adeus. Um adeus com gosto de até logo. E fui-me em boa hora Tão boa que não queria ter ido. Com meu gosto, despedi-me E, em ti, ficou minha marca, Para que pudesse eu fazer parte de ti. Não quis ir, mas fui. E hoje espero passar para que, Ainda com minha marca, Pudesse ver-te novamente. Ao brilho da mãe da noite, pacientemente, Fico acordado, olhando para os meus pensamentos. Vai chegar amanhã. E quero que tenha também um gosto de hoje.

Passageiro do destino

Estou no escuro E uma luz me é acendida E vejo um muro, Ao passar numa avenida. Naquele concreto, vi Que não era só um muro. As letras que estavam ali Revelavam-me o futuro. Frases juntas e tão belas Que me davam um conselho: Eram três as caravelas. Vi que via um espelho. Minha imagem se ofuscava Ao olhar para aquele muro E, os meus olhos, lavava, Pois não estava mais no escuro.

Contradizência das palavras

Quer se contradizer? Diga que não está dizendo nada. Pense que não está pensando em nada. Fale que não está falando dada. Grite que não está gritando nada. Escreva que não está escrevendo nada. Mostre que não está mostrando nada. Leia que não está lendo nada. Lembre que não esta lembrando de nada. Quando terminar, verá que, em nenhum momento, se contradisse.

A imagem no mar

Atravessei uma ponte de sete cores E fui andando até o mar. Ali, te vi. Nas águas, olhava-me, que tão carinhosas eram, mudar-me levemente de forma. Muito não rodou o relógio. Foi primeiro escuro. Hoje é claro. E parece que sempre foi. Tão calmo fez virar um navio. O tesouro que ali estava custava-me caro. Não sabia que ali estava. Nem do que era capaz. Mas sempre existiu naquelas águas. Mas agora sei que minha é. Virei ver-me todos os dias, pois, Claro é o dia. E as sete cores somem. E vou. Mas, gosto do mar. Porém, volto, pois este comigo nasceu.

Uma em todo o jardim

Passava por um jardim, quando, repentinamente, Vi uma flor que se destacava dentre as outras. Chamara minha atenção, pois diferente era, e assim, tão bela. Admirava-a. Estava ela junto a multidões e multidões de outras flores, mas isolada. Era especial. Muitos passavam e a criticava, pois era diferente das outras. E refletia-me no espelho que encontrara. Cortei-a na intenção de levá-la comigo. E segurava-me com teu brilho. Era tão verdadeira, pois parecia ser. Era única no mundo, não só naquele, mas em todos os outros. E chorava ela, pois, não mais estava em seu lugar. Senti em ter que deixá-la. E coloquei-a cuidadosamente dentre as feias flores que ali estavam. E caíram duas pétalas. E despedi-me, com estas já em meu coração.

É mais que te ver

Te vejo com meus olhos. Te vejo com os olhos do mundo. Você não é só linda para mim, mas para o mundo inteiro. Te vejo mais que o mundo, pois meu mundo te vê do jeito que quero te ver. Mas sei que és assim, do jeito que te vejo, pois, para mim, és linda como o mundo te vê, e és mais linda do que te vê, és linda como te vejo, e és mais linda do que te vejo.

O que passa por nós

Senti algo diferente Que meus dedos fez pulsar. Essa coisa passou pela gente. Não sabíamos o que falar. Passava rápido, velozmente Que quase chegou faiscar. Forte como uma corrente Que queria energizar. Veio um medo de repente Pois não podíamos explicar Algo tão surpreendente Que quase me fez chorar. Fechei os olhos levemente Para poder apreciar A energia decorrente Da minha mão a te tocar. Até ela estava quente Que chegara a suar, Conduzindo livremente Os impulsos para lá. Quando o ciclo fechou novamente, Pude também notar Que o que ia para frente Acabava por voltar. O silêncio em minha mente Fazia-me parar e pensar Naquilo que, tão valente, Por nós, foi se transportar.

Vivendo em três dias

Três dias, eu consigo Sonhar, viver, amar, Morrer, matar, chorar, No ombro de um amigo. No quarto estarei feliz. Não achei nenhuma graça. E a minha vida passa No colo de uma atriz. Luz, câmera, ação, No teatro da minha vida. Minha história está cumprida. Agora, libertação.

O fruto do amanhã

Vai chegar o amanhã E o hoje já se vai, Como o gosto da maçã Que da minha boca sai. E o hoje vai sumindo, Revelando um outro dia. O silêncio, vou ouvindo Em uma sala vazia. Tão vazia quanto eu Que espero o amanhã Do silêncio que morreu Com o gosto da maçã. E, do hoje, eu me lembro. Fecho os olhos para sonhar. Amanhã será dezembro. Vou poder realizar... Se demora não me irrito. Sei que o sol já vai nascer. Arrotando, dou um grito, Prá dizer: Eu vou vencer!

Doeste pro leste e vou

Vem de leste proeste. Não! Vou doeste pro leste. E assim, começa. Ciclos e mais ciclos e... Começo eu. Vejo que respiro. Movo-me. Do que preciso a máquina, encho-me. Vôo pro céu. Rodo e roda! E paro. E não pára. E move-se. E não move-se. E movo-me. Parado. Chego. Entro. E vejo! Continua! E de que preciso o sistema, encho-me. E encho-me. E encho-me. Rápido! Volto a perceber. Tenho de ser rápido. Lentamente, vôo. É a segunda, agora. Muito boa, por sinal. Entro, espero. Vou percebendo. Já tonto. Isso é bom. Obrigado, Tô Indo Agora! Sai de mim. Não é bom. Mas isso é bom. Volto. Tonto. CÉU. Tô cheio: - Aaah. Fui também eu. E a brisa bate no mar. E espero. Nada. Todos eu. Aí é que roda, e, não vejo. Mais e mais, de novo, encho-me e todos também. Mais os que eu mesmo. Mas parece que sim de mim. Iih!!! Rodou e rodou e não vi. Agora queu tô vendo. Choro. Vôo. Caí. E a terceira. A quarta. Vem de leste... Não! Vou doeste pro leste!

Ao mar da minha vida

O mar vem com suas ondas, lembrando-me de ti. Faz-me querer navegar por lugares desconhecidos. Abaixo desse mar vejo teus olhos. Olhos da cor do fundo do mar. Sinto-me na praia, com a brisa tocando o meu rosto, suave como tua pele. Mar. Mulher. Não sei nadar. Tenho medo de me afogar. Se fosse para que eu pudesse ficar contigo pelo resto da vida, afogar-me-ia. E, no fundo dos teus olhos, nas ondas do teu mar, com a brisa suave de tua pele, estaria feliz.

O saber de saber se sabemos

Como podemos dizer quem somos se nós mesmos sabemos que não sabemos quem sabe quem somos? Saiba que não sabemos se sabemos tudo aquilo que deveríamos saber. Quando soubermos que sabemos tudo o que se sabe que se tem para saber, mesmo assim, não saberemos se temos o saber de tudo o que se deve saber, pois não saberemos dizer quem somos e continuaremos sabendo que não sabemos quem sabe quem somos.

Tu, a rosa, e eu

Brilhou, hoje, o sol. E seus raios penetraram numa rosa que se abria para abraçá-lo. Chorei. E chovi-la, tentando perdurar tal formosura, que fazia seus braços abrirem demasiadamente, que suas pétalas afastavam-se na intenção de agarrá-lo. Entristeci. Estava eu, ali, admirando-a, e sua beleza não era para mim, pois não me buscava. Senti seu cheiro. E o perfume que dela saía chegava-me de uma forma suave. E queria estar perto dela para que me notasse. Se ali estivesse, notar-me-ia. Você veio a mim de tal forma que seu perfume se embaraçava às minhas lembranças. Seu sorriso me abraçava, mas não a mim. Chorei. Já havia passado por isso. Quanto mais lágrimas caíam-me dos olhos, mais linda te via. Lembrei-me Que já tinha visto tal cena, pois parecias uma rosa. Seus lábios encantavam-me como as pétalas a se abrirem para agarrar o sol. E só assim, com tal comparação, no fundo do meu pensamento, pude perceber Que eras tu a rosa.

A solidão em uma canção

Muitas pessoas em minha volta. Mas nenhuma à minha volta. Estou sozinho no meio da multidão. Estou preso e ninguém me solta. Estou livre, pois tudo me solta. Sozinhos, eu e meu coração. A solidão me revolta. Fico sem ação. O coração me transporta E canto esta canção.

Lembranças de uma amizade

Amigo, Onde estás que não responde? Por que foste para longe E não ficaste comigo? Amigo, Te procuro bem distante. Bem além do horizonte. Quase perto do infinito. Viajo nos meus pensamentos À procura de momentos Em que estive em perigo E, ouvindo meus lamentos, Afastou-me dos tormentos Como um verdadeiro amigo.