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Mostrando postagens de 2011

Cama vazia

É muito estranho Todo este espaço Mas sem teu abraço Não vejo tamanho Capaz de ninar. Pouco que ganho Não sei o que faço Pois neste pedaço Falta-me o assanho Para me deleitar. Então me acanho Longe do teu baço Desfaço o meu laço Solto meu rebanho Quero acordar.

Justamente

Justa mente! Não, mente! Justa não mente! Justamente! Por isso é justa a mente! Como? Não mentir ajusta a mente? Isto! A justiça ajusta a mente! E não é justo então quem mente? Justamente! Oras, mente! Se decida! Ou a "justamente" ou não mente!

Hein?

Duvido Que me tires do ouvido Que te percas do sonido Que freqüente sou pulsar Rugido Do teu mundo tão sumido Que pra longe foi movido Pra poder comigo estar Sofrido Faço-te em meu gemido Em meu alto som, perdido À tua mente penetrar Ferido Eu te deixo, bem devido Escutando, meu zunido Pois não sabes moderar

Doce colibri

Aqui estou Atrás do horizonte Além deste monte Bem longe de ti Só me restou Saudades aos monte Expressas na fronte Desde que parti Agora, sou Metade restante Mas não o bastante Para resistir Aonde vou Sou pássaro errante Sem ti, sem volante Me perco aqui Espero o vôo Aqui, neste instante Que ele me levante Pra eu te seguir Vento chegou Vou por esta ponte Beber da tua fonte, Doce colibri

Na ponta da língua

Teu sabor me lambe a alma. Teu desejo me aquece. Tua pele me acalma. Teu carinho me enlouquece. Tuas curvas, saliente, Faz-me ser assim maior. Te conheço em minha mente. O teu ser, já sei de cor. Te descubro pelo aroma Que nenhum outro parece. Eu já falo teu idioma E minha língua já conheces. Tua pele, degustante, Te debuto em nosso baile. Em leitura abundante Como o toque do teu braille. Doravante, não te largo, Minha rosa, minha flor. Te estudo. Eu te argo. Te decoro, meu amor.

Desposar-te

Meu amor, meu encanto. Te amo de um jeito que não achava que pudesse amar alguém. Te amo muito. Te amo tanto. Te amo em dez elevado a cem. Eu te preciso. Eu te desejo. Já não consigo viver sem você Já não consigo estar sem teus beijos Já não consigo ficar sem te ter Nunca te esqueças da minha paixão É teu meu amor o quanto quiser Quero tua vida. Quero tua mão. Quero que tu sejas a minha mulher.

Eu sem ti

Não me adiantaria o ar Sem poder te respirar Nem da água para beber Pois tenho sede é de você Para que então o olhar Se não iria te enxergar? E os meus inúteis braços Não teriam teus abraços De que a boca serviria Se ela não te beijaria? E para que um coração Se, para ti, é a pulsação? Sem você, oh minha amada Eu não quero ter mais nada Para que ter tudo isto Se, sem ti, eu não existo?

Pedido pedido

Ontem, eu te conheci E me casei com você Mas, só hoje, percebi Que sem ti não sei viver É tão forte esta paixão Que no peito, me esquenta Já te dei meu coração E contigo, ele aumenta Minha esposa, meu amor, Quero tanto o teu carinho Já não sinto mais a dor De, sem ti, estar sozinho No relógio, sinto a espera Para poder contigo estar O coração já desespera Com o tempo a demorar Você é meu complemento A tampinha que preciso Quero-te a todo momento Ó razão do meu sorriso Tanto tempo já passou Mas agora já te avisto A corrida começou Tudo parece previsto Minha vida é mais bonita Tudo parece mais belo Nossa história estava escrita Em um mundo paralelo Fico assim, admirado Tudo agora faz sentido Estou tão apaixonado Que atrasei o meu pedido Vou entrar nesta corrida Não posso mais esperar Eu te quero em minha vida Você quer me namorar?

Tiquetáques

Tempo, algo complicado De, ao certo, se contar Pois, com você ao meu lado, Fica difícil lembrar Do nosso tempo passado Como demorara a passar De como hoje ele passa apressado Que chega até a nos enganar Igual a um relógio quebrado Que teima em não trabalhar Empaca e fica parado Na espera de se consertar Me perco, no tempo, calado Com meus tiquetáques a pensar Há muito, sou teu namorado Por muito, ainda vou te amar

Esculpida

Em tuas curvas, eu fraquejo Em tua carne, lanço beijo Alucinando-me, num lampejo Alimentando o meu desejo Perto de ti, não tenho medo Não tenho máscara e nem segredo Só tua pele é o meu enredo Como criança com seu brinquedo Por ti passeio com meu amor E pressiono-te com meu calor As mãos modelam com tal furor Da tua argila, sou escultor

Culpada

Tu és culpada Por minha felicidade Por sentir com mais verdade Por sorrir com mais vontade Mais alegre é minha risada Estou vivendo em outra idade Conhecendo outra cidade Te querendo com saudade Te sonhando em madrugada Quando os olhos fecham tarde E o calor, no peito, arde Apertando sem piedade Ó minha doce namorada Este amor é novidade Mas teu cheiro já me invade E me toma em liberdade Eu te quero, minha amada

Corte e recorte

Corte e recorte Pintura na cara Livros em volta Tesoura na mão Cola na outra Cartolina na mesa Tinta derramada Desenho bonito Uniforme lavado Bagunça desfeita Papel bem dobrado Tudo organizado De banho tomado Trabalho acabado

Primeira mestra

Aprendi direitinho Devo tudo a você Mostraste-me o caminho Para não me perder Aprendi a falar Escrever o meu nome Nos meus dedos, contar Do saber, tive fome E assim me ensinaste Minha primeira lição A vida me mostraste Pelas linhas da mão Hoje, posso distinguir O que é bom do que não presta Não me canso de seguir Os teus passos, minha mestra

Ventríloqua

Má Má Má Pá Pá Pá É fácil falar Má Má Má Pá Pá Pá É só me imitar Para mim, é novidade Tudo é muito diferente Acho que não tenho idade De falar para essa gente Má Má Má Pá Pá Pá Vamos começar Má Má Má Pá Pá Pá Eu vou te ditar A minha capacidade Parecia estar dormente Mas, com força de vontade, Consegui, pois fui em frente Má Má Má Pá Pá Pá Já sei "soletrar" Má Má Má Pá Pá Pá Obrigado por me ensinar

E Daí?

Mas eu sou teu irmão! E Daí? Onde estava então que não te vi? Segurei tua mão. Te segui até aqui. Mas se for só impressão? E Daí? Eu não quero dizer não para o que senti! Se isto tudo é ilusão, deixe-me iludir! Não consigo explicação! E Daí? Te sentir o coração me faz sorrir! Em meio a essa escuridão, és meu luzir! É verdade! Tens razão! E Daí? Esta é nossa opção. Traçaremos o que há por vir! Temos nossa solução. Vamos já nos divertir!

Ausência de mim

Tem alguém aí dentro? É difícil acreditar. Boquiaberto ao vento. Olhos pairando no ar. Você no meu pensamento. Coisas a imaginar. Silencioso momento Que me deixou a pensar. Tem alguém aí dentro? Eu preciso me deitar. Estou muito sonolento. Cedo tenho de acordar.

Primeiro carro

Brum... Eu rio Brum... Ela ri Dirijo o vazio Meu carro a sair Assento macio Platéia a sorrir Brum... Eu falo Brum... Ela fala Fazendo um estalo No meio da sala E no meu embalo Não faço escala Brum... Eu choro Brum... Ela canta Alarme sonoro! Ela me encanta Se caio, namoro E ela me levanta!

Não me deixes

Te abraço Para te segurar Para não me deixar Quando o bicho chegar Não me deixes Pois tenho muito medo De dormir tão cedo Sombreando meu dedo Fica comigo Vou deitar-me sobre ti Para poder te sentir Caso venha a sair Protege-me Dai-me a tua mão E afasta-me então Desse bicho-papão

Sem compromisso

Desejo saciado Sangue drogado Vício maldito Abraço apertado Mas preciso É continuar A te usar Sem te usar Caneta sem tinta Branco do papel Espera infinita Dedo sem anel Te quero Sem querer Não só Com você Dure então O necessário Sem cruz Sem Calvário Caneta sem tinta Branco do papel Espera infinita Dedo sem anel Passo apressado Busca constante Amor perfeito E apaixonante Fogo queimando Dentro de mim Visão prevista Do nosso fim Caneta sem tinta Branco do papel Espera infinita Dedo sem anel Perdão, senhor Se eu falhei Mas hoje ainda Não fugirei Aqui, então Espero contigo Presente amado Futuro amigo Caneta sem tinta Branco do papel Espera infinita Dedo sem anel

Mil Palavras

Está frio Mas você me aquece. Então rio Quando enlouquece. É vazio Quando escurece Mas, gentil, Sempre aparece. Já ouviu. Peço que se apresse. O sombrio Sono já desaparece. Sou sadio, Nada mais me acontece. Ei, psiu! Obrigado pela prece!

Belo amor

Mas não tente, nos olhos, me olhar Porque sombrio me parece o teu sentir Que me joga palavras pelo ar E que forjas o conceito de amar Para que, presa, eu continue sempre aqui. Estou coberta, não vendada E ainda reconheço o que é amor! Sei que é como o doce cheiro de uma flor E não como um ferimento de espada Que o coração perfura com dor! Aquele meu velho amigo me falou Que é preciso ter coragem de sofrer Mas que não sofra quem nunca amou Nem morra um coração que jamais se abalou Pois é na beleza do amor que está o viver!

Teus passos

Rastejando, vou Pelo mundo afora Neste imenso vôo Pisca o olho. Me namora Por que você não vem? Quero tanto te alcançar Não sei o que é tentêm Mas quero muito ganhar Me prometes o mundo E pareces tão feliz Foi um passo tão profundo Desta vez foi por um triz Um após outro, vão Tentando me equilibrar Estou seguro em tua mão Ao teus dedos apertar Tão difícil isto é Mas você sempre me anima Vem e pega em meu pé E, os passos, me ensina Caindo e levantando Assim você quer que eu vá Hoje, posso ir caminhando Pois me ensinaste a dandá

Árdua tarefa

É difícil para mim Deixar de te gostar. Parece não ter fim Deixar de te amar. Brilha teu visto. Tento fugir. Mas eu persisto Em não conseguir. A tua luz tão bela, Radiante, me ofusca. Tua face, tão singela, É o final da minha busca. Oh, garota, Quero saber: (Derramando uma gota) Como faço pra te esquecer? Tua luminescência me impede De esquecer o teu brilho profundo. Minha adolecência se despede Deste mundo tão vazio. Tão imundo. Árduo é o serviço, Mas vou me livrar Do forte feitiço Que um dia, em mim, você veio a lançar.

Espumas d' Mágoas

Eu tinha um sonho Mas algo me fez acordar Levei um tapa da realidade Que afundou sem piedade O que construí aos poucos Levando ao fundo do mar Como numa linda praia Muito bela de se olhar Construía meu castelo Este seria tão belo Que então me prenderia E seria assim meu lar Foram várias tentativas Pra este ser o meu lugar Mas, em cada uma delas, Tuas ondas, mesmo belas, Me varriam todos planos Tinha de recomeçar... Mas não era assim tão fácil Para, o monte, edificar A inconsciência das ondas, A inconsequência das águas Com a força da sua cólera Sempre o tentava moldar Eu ainda persistia E tentava me esforçar Eu sentia os meus medos Escorrendo pelos dedos Com areia em minhas mãos Tentei tanto acertar As ondas continuaram Com o mar a balançar Mas o que me massacrava, A venda que me cegava, Foi levada com o vento E voltei a enxergar Hoje, enxergo uma luz Uma voz sempre a clamar: “Se o vento está mudando E, tuas águas, retornando, Por que então

Mil beijos

Não me beije Da boca pra fora Pois chegou a hora De me encarar Não me deixe Sonhando, ir embora Com olho que chora Pois vou acordar Não despeje Beleza que aflora Em mim, que namora O teu encantar Não deseje Que eu caia agora Em mim, 'inda mora O teu balançar Não fraqueje Tão como outrora Pois hoje vigora O meu desejar

A ninar

Você veio Me embalando Me puseste no colo Em teu seio Sou, mamando Tu me afagas sempre que choro O meu sono vai chegando Com o teu canto a ouvir Meus olhinhos, vou fechando Nos teus braços quero dormir

Partilha

Divide o ar Divide o coração Divide o calor Divide a emoção Partilham-me um pouco Do teu alimento Me dando sustento Por este momento Compartilha o amor Um amor diferente Um amor tão intenso Um amor tão valente Falando comigo Eu te imagino Oh linda mamãe Eu sou teu menino

Longos nove

Tanto tempo esperando Demorei. Sou-me aqui O meu choro, pranteando O teu rosto, faz sorrir Eu te fiz desejar Te deixei enjoada Eu te fiz engordar Afundei tua pegada Estivera tão lenta Com meu peso a carregar E com dor violenta Me trouxeste ao ar Doloroso caminho Pesaroso, por vezes Sou-te grato, com carinho Pelos longos nove meses

Singela donzela

O teu olhar brilhante Me agarra, cativante Me esmaga, tão singelo Que no fundo do meu ser Meu sonhar, tão triunfante Trava comigo um duelo Pra saber quem vai te ter Eu te vejo radiante Uma visão tão excitante Um sorriso assim, tão belo Que me afoga, sem querer Mesmo que, de tão distante Lá da torre do castelo Meu olhar não a possa ver Eu te quero neste instante Ó donzela fascinante Por tão quanto já te velo Tento tanto te entender Ao olhar-me, cintilante Nos meus lábios, já te selo Hoje, eu quero te viver

Para sempre teu

Parecia ser somente um garoto Que não gostava de viver Pois a vida não lhe sorria. Pensava ser um mero aborto, Talvez um erro que veio a nascer. Então... Viver, à pena, não valia. Fez-se então um homem roto, Com seu rosto a esconder Por trás de uma máscara sombria. Caminhava então tão torto, Quando uma luz veio a aparecer Em sua vida tão vazia. No início, um conforto Que fez seu peito aquecer. Era tudo o que queria. Foi tirado do fundo do esgoto E assim lavou todo seu ser. Porém, ainda assim, ele fedia. Encontrou nesta, seu cais de porto E tudo o que pôde oferecer Arrancou em agonia. Para ela então fez-se absorto Mas esta, nunca a responder, O acordou da fantasia. Descobriu assim que estava morto Pois, em seu peito, a bater Um coração não mais havia.

Copas

A rainha de copas Quis roubar meu coração Não sei se a entrego Também não sei se não Ela chegou disfarçando Mas logo tirou o meu chão Não tive tempo para pensar Fiquei totalmente sem ação Cartas na mesa, jogo difícil Eu acho que sou um canastrão As propostas foram feitas Agora estou sob pressão Ou entrego o meu ouro Ou fico na ilusão Mãos à obra. Pé na tábua Estou cavando meu caixão Com a espada na bainha Ainda estou sem reação Ou descarto o meu jogo Ou fico na solidão Tenha calma, paciência Esta dama é sem noção Me confunde as idéias Me embaralha a emoção As regras do jogo mudaram Precisarei de explicação Ou desisto, ou eu pago Não há outra opção Eu não posso te cobrir Com esse jogo em minha mão Eu não tenho nenhum par Força faz a união Ó rainha, não me blefes Ainda sou um campeão Se a partida acabar Tudo então será em vão Não vou ser o teu palhaço Ou da tua corte, diversão Prefiro deitar-me com os mortos A louvar-te em servidão Vou vo

Só expiração

Nada! Completamente nada! Nem uma gota sequer! Onde você está? Onde andas? O que fazes? Não me deixas produzir. Quiçá reproduzir algo. Oras, o que te fiz? Volta! Volta para mim! Preciso mostrar que estou aqui! Preciso me sentir vivo! Não quero mais ficar olhando o vazio, Sentindo o vazio, Tentando preencher este vazio... Quero transpor o que outrora fizera. Quero voltar a te venerar! Quero encher os pulmões de ar E poder gritar para o mundo todo Que posso! Que posso!

Noutro

Não me procure noutros braços Não me deguste noutros lábios Não tente me achar em outra pessoa Nunca encontrará cópia tão boa Sou o único da minha raça Não há outro tal parecido Pode tentar me achar em tua caça Esta não vai saciar tua libido Não adianta portanto me procurar Não me encontrará em outro lugar Pode experimentar à vontade Pode tentar criar tua verdade Não adianta fingir que sou eu Ninguém consegue fingir tão bem assim Acho que você ainda não percebeu Que o que procura achará somente em mim

Perfil perfil

num dia escuro, sou claro. num dia claro, sou mais claro. quando chove, faz sol. quando faz sol, cai neve. a morte vem quando a vida vai. desejo um carro e uma casa grande. luz ilumina quando não há. o vazio está quando não está. lindo sol. lindo mar. meu olho arde quando a lua cheia é nova. lavo a cara com lama e piche. sigo em frente e viro à direita. sangro, pulso, ar. vivo, vejo, desejo. sempre quando nunca. amo o olho escuro do seu claro desejo. vivo a cair na morte do pulso, sempre que tua luz faz vazio em minha casa. nunca vejo o ar vivo que, em frente, mostra sua nova cara. minha vida direita é grande quando vem o sol e o mar. sangro quando sigo na lama. sou lindo, mesmo que cheia piche meu carro. minha vida é você.

Perdão

Me perdôe Por algo que eu tenha feito Ou por não fazê-lo direito Pois é grande o meu defeito Ser assim, desse meu jeito Não querer que se magoe E afastar-me, com respeito Pois é este, meu preceito Colocar-te em meu peito E guardar-te, satisfeito Mesmo que assim vôe Para longe deste efeito Não me dando tal proveito De achar-me tão suspeito Teu perdão será perfeito

A Lágrima

Se olhares bem no fundo dos meus olhos, Poderás ver meu espelho, minha lágrima. Que flutua na solidão do meu ser Desejosa por molhar tua boca lágrima. Solitária, ela espera muito tempo Uma hora, duas, dez... quiçá lágrima. Porém vale esperar para te ver. Só de olhar dentro de ti, meu olho lágrima. Não te posso enxergar tão bem assim. Mas também não é tão mal. É meio lágrima. Já passaste. Foi tão rápido. Nem te vi. Lá se foi mais uma vez. Digo: Que lágrima!

Vítreo

reluzem teus olhares ao encontrar com os meus que se tanto parecem que se tanto conhecem mas reagem desse jeito como se algum defeito os mudassem de lugares e dissessem-me adeuS o que pensas de mim? preso neste vítreo-muro imitando o meu viver sem saber o que fazer percebendo os meus passos balançando-se com meus braços sem saber qual é o fim deste sobrevir escurO Forjar os teus gestos pode parecer inteligível mas te acompanhar de perto tornou-me menos esperto me criei em seu cativeiro privo-me o tempo inteiro faço-te mil protestos porque sois imprevisível És livre e impaciente pois não parece concordar com meus diferentes pensamentos tornando meus os seus momentos sem entender sua intenção ando sempre em contramão como ilusão permanente sou você para contrariar -- Em parceria com Tai Gomes -- no link http://taigomes.blogspot.com/2011/01/vitreo.html

Mais um centímetro

Estás mais perto Porém, ainda assim, muito longe Como o distante final de um deserto Ou como o meditar de um sábio monge Estás, agora, sim, mais perto Mas, ainda assim, não te vejo Meu abraço ainda está aqui aberto Minha boca permanece sem teu beijo Estás sim, amor, mais perto Mas ainda não posso te alcançar E, apesar de não saber se isto é bem certo, Continuo sonhando em poder te tocar Estás sim, amor, aqui, bem mais perto Porém nunca ficas em meu perímetro O nosso destino parece tão incerto Por isso, te peço: Só mais um centímetro