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Mostrando postagens de 2012

Longínqua brisa

Meu amor é uma brisa Carregada de ar puro Que me enche os pulmões Que refresca meus verões Que conduz a minha vida Rumo a um porto seguro Seu perfume me acalma Se difunde em minha veia Arrepia meus tecidos Alimenta meus sentidos Revigora minha alma Vai me arando em sua areia Na distancia sufocante Não há nada a preencher Já me falta todo ar Não consigo respirar Pois meu peito vacilante Não resiste sem você

Ansiosa espera

O sino bateu Mochila, arrumei Dei tchau aos colegas Desci e esperei. Saiu o primeiro Saiu o segundo O décimo quinto Já foi todo mundo! Mil anos passaram E eu a esperar - Cadê minha mãe? Pergunto, a chorar. Foi só um minuto Que tinha passado É que meu relógio Era adiantado. Enfim, ela chega E fico feliz Com lágrimas puras Molhando o nariz. Assim, todo dia Num medo choroso Eu sempre a esperava Bastante ansioso.

Verdade alternativa

Se meus fatos não constatam com o teu É porque meu multiverso contemplou A verdade, em contraste, se perdeu E com idéias, mal formadas, completou Tem fineza de julgar-me um pouco menos Já que tens imagens minhas que não valho Teus conceitos subjugam tais venenos E, em teus domínios próprios, já não calho Não destruas tua mesa em julgamentos Pois um réu em juramento já não mente Minha boca só reflete pensamentos Acredito no que digo piamente Analise então os fatos mais de perto Transladando noutra tal perspectiva É demasiado o jeito de estar certo Esta é mais uma verdade alternativa

Jóia real

Admirado com tua beleza Que brilha com tal leveza Pela qual me apaixonei No momento em que te vi Eu me sinto como um rei Que em toda sua nobreza E com toda sua riqueza Te almeja. Só a ti. Jóia de grande pureza Que inspira a realeza E que dita sua lei Fascinando-o para si Minha vida, eu te dei És agora minh'alteza Sempre foste, em mim, fraqueza Nunca vou te desistir.

Mágico beijo

Estou brincando E, de repente, caio. Começo então a chorar. Não consigo mais parar. Mas, um anjo, vem voando, Tão veloz quanto um raio Para me acalentar. Um beijo leve Que me penetra no centro, Tão suave quanto o ar, Conseguindo me acalmar, Mesmo sendo ele tão breve, Este cura-me por dentro, Faz a dor se dissipar. Mãe querida, Dona do mágico beijo Capaz de reanimar E, da dor, remediar, Sarando minha ferida, Tenho só mais um desejo: Para sempre, te amar!

Ser mãe é... ser mulher

Ser mãe é Correr, pular, brincar De Mocinho, Caubói ou Pajé Dançar como bailarina Girando na ponta do pé Ter sempre um colo vazio Esperando para um cafuné Surfar no tapete da sala Em cima de um jacaré Enquanto sorrindo me pede Para nadar contra a maré Ser mãe é Preocupar-se com o filho Preparar o seu café Arrumar a sua roupa Ajeitar o seu boné É dar um puxão de orelha Para cada pontapé Ou cobrar enormes textos Do início ao rodapé Educando para o futuro Esperando e tendo fé É estar sempre presente Para o que der e vier É lembrar-se do passado Da sopinha na colher Vendo o filho já crescido Caminhando para onde quer E vindo me visitar De onde quer que estiver Mas também é ser vaidosa Se arrumando quando der Se vestindo, perfumando Maquiando, se puder Vendo um filme, namorando Mesmo em casa, se quiser Ser mãe é ser genitora Mas primeiro é ser mulher

Obrigado pela praia

Manhã ensolarada. Acordo bem cedinho E te chamo da escada, Pois, descer, não sei, sozinho Um dia tão esperado. Fui dormir muito ligeiro, Pois havíamos apostado Quem acordaria primeiro. Tu me deste esperança De um dia divertido E meus olhos de criança, No horizonte, está perdido - Já chegamos? Já chegamos? - "Falta muito para chegar?" Ansiosos, esperamos. - "Já estamos quase lá." E, em sonhos, vagávamos: Leste, oeste, norte e sul. Mas, ao longe, avistávamos Uma imensidão azul. Me ajudaste a construir. Me ajudaste a derrubar. Com areia, a me vestir. Mas com protetor solar. Foi um dia glorioso. E o cansaço, em mim, desmaia. Agradeço bem dengoso: - Obrigado pela praia.

Tempo alheio

Pequena minha, A saudade é tanta De um tempo alheio Que outro parece Que já nem conheço A lembrança entona E me embaça as vistas E me leva a transe Num silêncio oculto Que me emudece Sinto tanta ausência Dos momentos ímpares Que jamais regressam Desta utopia Mas que se transformam Em instantes veras Hoje te sei E me sabes mais real Não reflito o teu pensar Mas me mostro o teu olhar Tão distante do ideal Saudades sim E só isto é que me basta Pois és tu que quero agora Te aceito como és E respeito o teu ser Eu te amo mais que outrora

Poesia digital

Pedi a um poeta Que escrevesse tais palavras Pois estava solitária Dentro da sua cabeça Este então pegou uma pena Diferente das normais Com formato de uma tábua E com teclas pra apertar O papel, tão diferente, Que ficava bem em pé Reluzia nos seus olhos Com imagens bem brilhosas Comecei a me expressar E ditava tais vercetes E a tinta aparecia Ao teclar da estranha pena Ao findar a tua escrita, Meu poeta divulgou-me Com um simples movimento Num ratinho ao lado dele Não consigo acreditar Que minha vida assim mudou Eu estava tão sozinha E agora, o mundo tenho Sou-te grata, meu poeta Pelo esforço despendido De tirar-me da cabeça E então me libertar Vou agora, navegando Por este novo mundo, estranho Mas, um dia, te retorno Para ver-te uma vez mais