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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Copas

A rainha de copas Quis roubar meu coração Não sei se a entrego Também não sei se não Ela chegou disfarçando Mas logo tirou o meu chão Não tive tempo para pensar Fiquei totalmente sem ação Cartas na mesa, jogo difícil Eu acho que sou um canastrão As propostas foram feitas Agora estou sob pressão Ou entrego o meu ouro Ou fico na ilusão Mãos à obra. Pé na tábua Estou cavando meu caixão Com a espada na bainha Ainda estou sem reação Ou descarto o meu jogo Ou fico na solidão Tenha calma, paciência Esta dama é sem noção Me confunde as idéias Me embaralha a emoção As regras do jogo mudaram Precisarei de explicação Ou desisto, ou eu pago Não há outra opção Eu não posso te cobrir Com esse jogo em minha mão Eu não tenho nenhum par Força faz a união Ó rainha, não me blefes Ainda sou um campeão Se a partida acabar Tudo então será em vão Não vou ser o teu palhaço Ou da tua corte, diversão Prefiro deitar-me com os mortos A louvar-te em servidão Vou vo

Só expiração

Nada! Completamente nada! Nem uma gota sequer! Onde você está? Onde andas? O que fazes? Não me deixas produzir. Quiçá reproduzir algo. Oras, o que te fiz? Volta! Volta para mim! Preciso mostrar que estou aqui! Preciso me sentir vivo! Não quero mais ficar olhando o vazio, Sentindo o vazio, Tentando preencher este vazio... Quero transpor o que outrora fizera. Quero voltar a te venerar! Quero encher os pulmões de ar E poder gritar para o mundo todo Que posso! Que posso!

Noutro

Não me procure noutros braços Não me deguste noutros lábios Não tente me achar em outra pessoa Nunca encontrará cópia tão boa Sou o único da minha raça Não há outro tal parecido Pode tentar me achar em tua caça Esta não vai saciar tua libido Não adianta portanto me procurar Não me encontrará em outro lugar Pode experimentar à vontade Pode tentar criar tua verdade Não adianta fingir que sou eu Ninguém consegue fingir tão bem assim Acho que você ainda não percebeu Que o que procura achará somente em mim

Perfil perfil

num dia escuro, sou claro. num dia claro, sou mais claro. quando chove, faz sol. quando faz sol, cai neve. a morte vem quando a vida vai. desejo um carro e uma casa grande. luz ilumina quando não há. o vazio está quando não está. lindo sol. lindo mar. meu olho arde quando a lua cheia é nova. lavo a cara com lama e piche. sigo em frente e viro à direita. sangro, pulso, ar. vivo, vejo, desejo. sempre quando nunca. amo o olho escuro do seu claro desejo. vivo a cair na morte do pulso, sempre que tua luz faz vazio em minha casa. nunca vejo o ar vivo que, em frente, mostra sua nova cara. minha vida direita é grande quando vem o sol e o mar. sangro quando sigo na lama. sou lindo, mesmo que cheia piche meu carro. minha vida é você.

Perdão

Me perdôe Por algo que eu tenha feito Ou por não fazê-lo direito Pois é grande o meu defeito Ser assim, desse meu jeito Não querer que se magoe E afastar-me, com respeito Pois é este, meu preceito Colocar-te em meu peito E guardar-te, satisfeito Mesmo que assim vôe Para longe deste efeito Não me dando tal proveito De achar-me tão suspeito Teu perdão será perfeito

A Lágrima

Se olhares bem no fundo dos meus olhos, Poderás ver meu espelho, minha lágrima. Que flutua na solidão do meu ser Desejosa por molhar tua boca lágrima. Solitária, ela espera muito tempo Uma hora, duas, dez... quiçá lágrima. Porém vale esperar para te ver. Só de olhar dentro de ti, meu olho lágrima. Não te posso enxergar tão bem assim. Mas também não é tão mal. É meio lágrima. Já passaste. Foi tão rápido. Nem te vi. Lá se foi mais uma vez. Digo: Que lágrima!