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Espumas d' Mágoas

Eu tinha um sonho
Mas algo me fez acordar
Levei um tapa da realidade
Que afundou sem piedade
O que construí aos poucos
Levando ao fundo do mar

Como numa linda praia
Muito bela de se olhar
Construía meu castelo
Este seria tão belo
Que então me prenderia
E seria assim meu lar

Foram várias tentativas
Pra este ser o meu lugar
Mas, em cada uma delas,
Tuas ondas, mesmo belas,
Me varriam todos planos
Tinha de recomeçar...

Mas não era assim tão fácil
Para, o monte, edificar
A inconsciência das ondas,
A inconsequência das águas
Com a força da sua cólera
Sempre o tentava moldar

Eu ainda persistia
E tentava me esforçar
Eu sentia os meus medos
Escorrendo pelos dedos
Com areia em minhas mãos
Tentei tanto acertar

As ondas continuaram
Com o mar a balançar
Mas o que me massacrava,
A venda que me cegava,
Foi levada com o vento
E voltei a enxergar

Hoje, enxergo uma luz
Uma voz sempre a clamar:
“Se o vento está mudando
E, tuas águas, retornando,
Por que então morrer na praia,
Se ainda podes caminhar?”

-- Em parceria com Lari de Andrade
-- no link http://inconstantesdesabafos.blogspot.com/2011/03/espumas-d-magoas.html

Comentários

Larissa disse…
Meu analista...esse homem é incrível!
Conseguiu organizar minha mente, que estava/é tão confusa.
Me entendeu melhor que eu mesma, chegou a saber o que pensava mesmo sem eu falar.
E deu nisso, perfeitas Espumas d' Mágoas!

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