Ausenta-me doses Que me leve a tal sorrir, Que me clareie a essência E que me torne alvo Para, de claro, o sentir expor, Confiante estar ao ponto De repelir tal sofrimento Que me sufoca, aprisionado, Para então poder gritar Sem esta corda no pescoço. Ao menos umas gotas Que me fizesse te encarar, Apreciar-te as lindas meninas, Confrontar-me a incerteza, Despir-me assim d'armadura E te abrir então a guarda Para mostrar-me realmente, Sem personas, nem figuras. Tu verias meus desejos, Saberias dos meus medos. Oh, líquido reluzente, Mata-me a sede agora. Livrar-me-ia então desta dor, Gritaria então aos quatro ventos Que assim eu seria tão feliz. Demorara, mas sentira Que, de um gole, a dor passara E agora a voz saíra E, sem chances de voltar, A coragem fez-se viva!