Numa noite escura, A escuridão toma conta de mim. Um brilho num olhar clareia-me de longe. Bem de longe. Só um ponto de luz. No fim de um buraco negro. Luz, ó luz, clareia-me de perto, que certo disto estou tão certo, que não mais consigo pensar. Ai de mim se o espaço pudesse curvar, para os dos pontos juntar e perto de ti estar. Lua, clareia! Que um dia eu te encontro e me encontro ao encontrar-te. E verei, e me verei, e todos me verão, pois tua luz tudo é. Tudo faz-nos ver. E eu estarei em ti e tu em mim. Seremos luz, pois iluminado serei. E tua pureza me fará puro. E tua beleza me fará belo. Hoje, pouco consigo te ver Quase que nada vejo Só o bocejo de minha boca me faz pensar. Às vezes o bocejo me faz sonhar. E sonho que estou acordado e que não te vejo, e que estou sozinho e que a escuridão é plena. Mas, quando acordo desejo não bocejar, quero-te aqui, mesmo que de lá, mesmo que sem sorrir, mesmo que a chorar... Enquanto não vens, finjo viver. Sem luz, sem v