Eu tinha um sonho Mas algo me fez acordar Levei um tapa da realidade Que afundou sem piedade O que construí aos poucos Levando ao fundo do mar Como numa linda praia Muito bela de se olhar Construía meu castelo Este seria tão belo Que então me prenderia E seria assim meu lar Foram várias tentativas Pra este ser o meu lugar Mas, em cada uma delas, Tuas ondas, mesmo belas, Me varriam todos planos Tinha de recomeçar... Mas não era assim tão fácil Para, o monte, edificar A inconsciência das ondas, A inconsequência das águas Com a força da sua cólera Sempre o tentava moldar Eu ainda persistia E tentava me esforçar Eu sentia os meus medos Escorrendo pelos dedos Com areia em minhas mãos Tentei tanto acertar As ondas continuaram Com o mar a balançar Mas o que me massacrava, A venda que me cegava, Foi levada com o vento E voltei a enxergar Hoje, enxergo uma luz Uma voz sempre a clamar: “Se o vento está mudando E, tuas águas, retornando, Por que então