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Mostrando postagens de junho, 2010

Delírio ardente

Cegueira intensa Me toma, doença Sintoma: presença Quero te amar À beira, sentença A soma. A crença Me ama, compensa O meu belo olhar Fileira, licença Retoma. Imprensa Meu coma dispensa O teu disputar Bobeira propensa Me doma. Não pensa Com goma, me prensa Me faz devagar Fogueira tão tensa Cama, recompensa Dama, me pertença Por te desejar

Dançando desejos

Não quero mais me afastar dos teus braços Deixar teus abraços se desprenderem de mim Ao teu corpo apertar, damos vários amassos No salão, nossos passos ultrapassam o fim Meu nariz no teu cheiro, tua boca lambida, Minha boca ferida ao em ti encostar Faz-me então suspirar e fitar-te os traços E se abrem os espaços pra dançarmos enfim. Eu e você, sós! Para mim, não há mais ninguém no salão Ouço o som da tua voz por entre as batidas do meu coração Teu pescoço reage ao meu forte inalar Teu suspiro me invade junto ao teu balançar Me perco, tentando alcançar teu sentir Teu agir faz do beijo um desejo gostoso E meu jeito dengoso tenta te invadir Vai driblando teu giro, apertando teu osso, Minha dama, teu moço está entregue a paixão

Sintomas de Cor

Contrai, Aperta Pensando em você O ar me falta Para bombear Acelera bastante E pára, assim Uma mão esmagante A meu peito apertar Um vazio alimento Corrói-me por dentro Afeta o sistema Faz meu corpo parar Teu sorriso, meus olhos Tua voz, audição Minhas juntas tiritam Não consigo pensar Dilacera-me então Dolorosa paixão Mata meu coração Por querer te amar

Sentidos de verdade

Na verdade, na verdade Tudo que se vê é podre Tudo que se fala é lama Tudo que se ouve é lixo A verdade é a utopia Da esperança de estar certo Ver, ouvir, falar Cada qual faz de um jeito Pontos de vistas Verdades relativas Mentiras relativas Dentro da visão alheia Podre, lama, lixo Olho, ouvido, boca Distanciam-nos da verdade Instrumentos do erro humano A verdade está oculta Somos cegos, surdos, mudos

O Poeta das Pedras

Do barro, faço canção Da pedra, faço poesia Mas não posso tirar a dor Que sinto por não poder gritar Ninguém em minha visão Que outrora dicernia Falo às rochas meu amor Faço, aos montes, escutar Minha boca, minha mão Idioma, fantasia Chão de seixos, crio flor Tente então me decifrar Ó rochosa multidão A quem verso todo dia Segue-me aonde for Para não sozinho estar

Desenganado

Querias tu matar O amor que sinto O olhar que olho A esperança que tenho Corta-me então a cabeça Para não mais pensar Para abafar meu desejo Para reprimir meu querer Estava iludido Estava enganado Não quero sonhar Nem mais te viver Mudara meus traços, minha face Pusera-me de joelhos aos seus pés Levanta-me e liberta-me agora Pois quero morrer longe daqui

Fuga de cristal

Fujo do meu destino Para tentar ter o controle de minha vida Recuso-me ser feliz E faço de companheira a solidão Cubro-me de feiuras Pois não quero ser igual aos outros Não quero ser tão certo Proíbo-me viver o fantástico Afasto o amor sincero E me escondo dos raios de sol Crio uma grande depressão E me enterro, negando a vida que me escolheram. Pois é o fim E, no fim, tudo acaba

Remédio do Tempo

Não mais consigo de ti parar de pensar Não mais consigo ficar a te imaginar Em outros braços que não os meus Perder-te de vista, com um adeus Sinto-me agora com maus sentimentos Por tanto querer-te em meus pensamentos E só para mim, desejo-te tanto Mas outros existem para teu encanto Quero parar de te sentir Quero poder te perder Quero parar de me iludir Quero não mais te querer Se então te encaixas ao teu complemento E isto é recíproco para meu tormento Arranco do peito o meu coração Pois, só deste jeito, volver-me-ei são Ainda que agora, insano esteja Pra dor é o tempo melhor que lhe seja A cura me tarda, mas sei que virá Tirar-te de mim é o que o tempo fará.

Pedra-destino

Apedrejarei o meu destino Sempre que longe estiver Dos teus rochosos abraços E do teu precioso olhar Já não mais sou tão menino Pra não ver-te tão mulher Contarei todos teus passos Teu caminho, irei traçar Caminhante, imagino Se tu floras, bem-me-quer E me floro em pedaços Resta meu "te desejar" Apedrejo, pequenino O meu disfarçado ser Apagando os meus traços Sou-me eu no teu estar Preço-te ó ser divino Aprimora-te teu ver Faz-me corda no teu laço Une-nos no teu amar

Preso em teu olhar

Um olhar não se repete Mesmo que este demore Eles nunca são iguais Nunca são do mesmo jeito Guardo a saudade no peito De um olhar que não vem mais Essa dor faz que eu implore A lembranças me remete Teu olhar, em mim, compete Faz com que eu te namore E com desejos demais Meu destino, já aceito Dou-te todo meu respeito E com ele, tu te vais E apesar que em mim more Meu olhar não mais reflete

Sem Competição

Não sou bom competidor. Não entro em uma para perder! Fico de fora, com minha dor, Tentando entender o porquê, De não estar ali lutando, Batalhando para vencer. Fico olhando... desejando... Agoniado, a torcer Para que ninguém te ganhe E eu possa ter você!

Ilusões de ti

Sempre pensando em ti estou Sempre sonhando acordado, vou Freqüentemente, crio fantasias E, desejando-te, crio poesias Posso enxergar tua face Posso sentir o teu cheiro Sonhar com o nosso enlace Chorando, no meu travesseiro Assim, o amor me deixa doente E vivo você aqui em minha mente A minha cabeça emana emoções Mostrando-me aos olhos belas ilusões Sinto o gosto do teu paladar O calor que teu corpo libera me queima Meu pulso pulsa ao te tocar Meu choro lava, laquaceima Viverás, amor, sempre em meus sentidos Pois fui alvejado por vários cupidos Agora, és dona do meu coração És tu quem mandas em minha paixão